Page 25 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1994
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as não foi só na exploração de
M que o País se distinguiu. Um
satélites para comunicações
dos pontos focais do esforço espacial
brasileiro se concentrou no Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais-
INPE, surgido em 3 de agosto de
1961, no governo Jânio Quadros, com
o nome de Grupo de Organização da
Comissão Nacional de A tividades
Espaciais-CNAE, nome que manteve
até 1971. O INPE que tem a sua sede
em São José dos Campos (SP), hoje
possui instalações localizadas em
Fortaleza (C e), Natal (Rn) e em
Cachoeira Paulista (SP).
Apenas alguns poucos países, Brasil, porém, só veria seu satélite
como EUA, Rússia, França, China e próprio no céu, quatorze anos depois
Japão desenvolveram sistem as de (em 09.02.1993). O SCD-1, um
foguetes e de satélites colocando uma artefato pesando 150 kg. foi lançado
| carga útil, em órbita. Desde 1978, o de uma Fortaleza Voadora B-52 adap
País persegue o ambicioso projeto da tada e alcançou uma órbita de 750 km. tema brasileiro de satélites científicos
Missão Espacial Completa Brasileira O fato, ainda que modesto, represen ECO-8. Será oito satélites, colocados
MECB, destinada a desenvolver arte tou uma vitória para a equipe do em órbita inclinada, de modo a cobrir
fatos e lança los ao redor do planeta. Instituto N acional de Pesquisas a m aior parte dos territórios da
O projeto compreende o segmento es Espaciais. Estabilizado em dois eixos, A m érica do Sul, da Á frica e da
pacial, o segmento terrestre e o labo por rotação, o S C D -I. com vida Austrália, situados numa faixa entre
ratório de integração e teste IJE planejada para seis meses no espaço, mais e menos 20° graus de latitude.
A parte do desenvolvim ento do poderá, segundo um especialista, Os artefatos do ECO-8 serão dotados
veículo lançador de satélites VES e durar ainda três anos, visto que seu dc comando e telemetria, transponders
do centro lançadoi de Alcântara CEA, spin inicial dc 300 rpm decresce a um de frequência fixa, bem como de uma
ficou a cargo do Ministério da aero ritmo menor que o intcialmente pre câm era voltada para o exam e da
náutica, que encontrou dificuldades visto. terra.
geopolílicas na importação dc certos
í ínsumos essenciais, como sistemas ma medida, de maior alcance a os C BERS (China-Brasil Earth
VES A base brasileira de lançamen U para u com unidade espacial
; inerciais de navegação para equipai os Resources Satellites-CBERS, são
brasileira, foi a construção tio J fruto de uma acordo operacional
, tos, em São Pedro de Alcântara, no I aboratóiio de Integração e leste sino brasileiro, firmado em 1988, para
¦ Maranhão, dentre outras missões, esta E li. de 1984 a 1986, uma instituição lançamento de dois satélites de senso
sendo utilizada conjuntamente com os estratégica onde trabalham 21 enge riamento remoto, utilizando o foguete
EUA para lançai M) foguetes para nheiros e cientistas especializados, chinês “Longa Marcha”. Cada artefato
estudo da ionosfera, num projeto que que foram treinados no exterior. Só dc 1,4 toneladas, colocado cm órbita
envolve 50 cientistas c 300 técnicos existem, no mundo, 30 centros espe de 778 km, permitirá observar objetos
de ambos países A posição da base de cializados de mesma categoria do EIT. no solo com dimensões de até 2()m, na
Alcântara, tal como a da base france Situado no polo tecnológico aeroespa região visível, e de até 80m. na região
sa. em Kourou ((if). por sua proximi cial de São José dos Campos, o El i do infravermelho. Os centros de cont
d ade do Equador, favorecem o lança possui um conjunto integrado de labo role da missão espacial, de processa
) mento de artefatos para orbitar a terra. ratórios especializados, salas limpas mento da imagem e as estações de ras-
de contam inação e equipam entos ireio e controle dos CBERS ficarão
planejam ento dos prim eiros
especiais apropriados para desen
repartidos, igualmente, em território
O artefatos espaciais brasileiros volver e testar satélites. chinês e brasileiro e as imagens obti
d esen v o lv er
duas
visou
O EIT está sendo utilizado para de
famílias de satélites de pequeno porte. senvolver os artefatos espaciais brasi das ficarão à disposição do público.
O EIT está testando em suas facili
Urna série, com dois artefatos SCD-I leiros da série SCD e SSR; dos satéli dades, em São José dos Campos, o
e 2, foi voltada para a monitoração tes sino-brasileiros, da série CBERS; satélite científico argentino, SAC-B,
ambiental. O SCI) capta sinais envia bem como para testar os satélites do dc 180 kg, com estabilização em três
dos de bóias e sensores no solo e mésticos dc segunda geração, Bra eixos, desenvolvido pela NASA, a ser
depois de memori/á-Jos a bordo os siIsat BI e B2; e o satélite científico colocado em órbita de 550 km por um
I retransmitem posteriormente para a argentino SAC-B. foguete norte-americano, Pegasus. E
terra Já a série de sensoriam ento Motivado pelo sucesso do SCD-1, foi graças ao EIT, que os satélites do
remoto, SSRI e 2, é equipada com o EIT já está montando o SCD-2, que mésticos Brasilsat BI e B2 foram tos
câm eras ('C D ( harged Couplccl irá testar um controle atitudinal do tados em São José dos Campos, no
Devices para obter imagens capazes artefato, utilizando a tecnologia de Brasil, e não mais no exterior, como
i dc distinguir objetos de até 250 m, no rodas de reação. A série de satélites sucedeu com os artefatos de primeira
solo. para sensoriamento remoto SSR virá geração Brasilsat Al e A2 que foram
Em 1979, com a ajuda da I rança, equipada de controle de atitude, bem testados no Canadá. Tudo isto consti
i nascia o projeto para a produção de como de painéis solares que se abrirão tuindo mais um pequeno passo na
um satélite brasileiro de 250 kg () no espaço e serão precursores do sis direção correta.