Page 66 - Telebrasil - Março/Abril 1994

S A T É L I T E M

In p e t e s t a B r a s ils a t B l

F oto: M arisa Uchiyama

O Laboratório de Integração de Tes­

tes, do Instituto Nacional de Pes­

quisas Espaciais (INPE), em São

José dos Campos, SP, já testou, com

eficiência, o Brasilsat B1, fornecido pelo

consórcio Promon/Hughes, e o primeiro

da segunda geração de satélites domés­

ticos brasileiros de telecomunicações.

Fabricado pela Hughes Aircraft, em Los

Angeles, Califórnia, EUA, o Brasilsat

B1 chegou em avião dc carga, no dia 28

de fevereiro último, ao aeroporto do

Centro Tecnológico da Aeronáutica

(CTA), acondicionado cm dois

containers.

Os testes no Inpe, supervisionados

por técnicos da Embratel c da Hughes,

foram para verificar o ajustamento das

seções do satélite; o desempenho do

subsistema de controle; a compatibilida­

de dos enlaces de telemetria c comando

com os equipamentos da estação terrena

da Embratel, cm Guaratiba, KJ; o

acionamento das válvulas do combustí­ 11 rax i Isa t HI cm operação dc texlc nos laboratórios do Inpe, cm São Jose dos Campos, SP.

vel; de todos os comandos enviados ao

satélite c de suas respostas; e o desempe­ integração por meio do nosso satélite, 1998 poderá interligar qualquer ponto

nho dos sistemas de energia. Depois de mas ainda estamos em fase de negocia­ do Brasil e de alguns países da América

testado, o satélite será enviado para a ção. Os satélites da segunda geração Latina. A informação foi dada pelo pre­

base de lançamento da Arianespace, em terão 12 anos de vida projetada, o que sidente da Telebrás, Adyr da Silva, du­

Kourou, na Guiana Francesa. significa que poderão ser utilizados pelo rante depoimento à Comissão de Defesa

O presidente da Embratel, Renato menos até o ano 2006 - explicou o dire­ Nacional da Câmara dos Deputados, no

Archer, c o diretor de Desenvolvimento, tor de Desenvolvimento da Embratel. dia 16 de março último.

Francisco dos Santos Pires Albuquerque, Os satélites da segunda geração, da O projeto brasileiro, batizado de Eco

falaram, no Inpe, sobre o que representa Embratel, são do mesmo tipo c têm a 8, custará cerca de US$ 265 milhões, e

para o Brasil, como conquista mesma característica dos da primeira será integrado por um anel de oito saté­

tecnológica, a segunda geração de saté­ geração (Brasilsat Al e A2), mas são lites, circulando a região do Equador em

lites de TCs. tecnologicamente mais avançados e com órbita baixa, de dois quilômetros, per­

- Quando lançamos os dois primeiros desempenho superior: terão 56 mitindo ligações de qualquer ponto do

satélites, não tínhamos usuários para pre­ transponders em vez dos 48 da primeira País. Segundo Adyr da Silva, esta

encher todos os transponders - disse geração, além de maior potência dos tecnologia permitirá o desenvolvimento

Renato Archer. - Hoje, ao se aproximar sinais irradiados sobre a superfície da das comunicações até mesmo em regi­

o fim dc sua vida útil, eles estão comple­ Terra. ões não-rentáveis. A rede de satélites

tamente lotados. O lançamento do As transmissões por meio do Brasilsat permitirá também transmissões de fax.

Brasilsat BI é um acontecimento de ex­ B1 alcançarão todo o território nacional, radiolocalização, telemetria, vigilância

traordinária importância para a Embratel e o Brasilsat B2 terá sete transponders de fronteiras e telefonia rural, entre ou­

e para o Brasil. São poucos os países que que poderão ser destinados ao atendi­ tros usos.

possuem seu próprio satélite de comuni­ mento dos países do Mercosul. Além A Tecnologia já está quase toda dis­

cações, e esse fato nos distingue dos disso, cada satélite terá um transponder ponível no mercado brasileiro, e a in­

demais. Além disso, somos o primeiro a exclusivo para as comunicações das For­ dústria nacional está capacitada para

adotar uma segunda geração de satélites. ças Armadas. Os satélites da segunda produzir os equipamentos. Até o lança­

Por sua vez, Pires Albuquerque des­ geração serão posicionados em órbita mento poderá ser feito com o foguete

tacou a importância da nova geração e geoestacionária a 36 mil quilômetros de nacional. O único problema é o alcance

falou sobre o Brasilsat B2, que chegará altitude e a 65 e 70 graus Oeste. do foguete brasileiro, que ainda não está

ao Brasil ainda este ano, também para preparado para atingir os dois mil quilô­

testes no Inpe. Celular com satélites metros de altitude. Pare este fim, o Brasil

- O Brasilsat B2 chegará com algu­ poderá fazer um acordo com a China.

mas modificações porque pretendemos O governo brasileiro está desenvol­ Os satélites nacionais, que estão sendo

atender às necessidades dos países do vendo um projeto de telefonia celular, produzidos pelo Inpe serão usados para

Mercosul, interessados cm obter com satélites brasileiros, que a partir de testar alguns dos sistemas do Eco 8. ( J . P )