Page 36 - Telebrasil - Março/Abril 1993
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Os postos de gasolina se modernizam com a automação de seus equipamentos.
Importação
S egundo o presidente da Associa Com o fim da reserva de informá ao produto nacional” , garantiu Filippi.
ção Brasileira de Automação Co-
Por sua vez o consumidor, a cada
mercial-ABAC, Marcelo J.Ferrei
dia que passa, constata nos supermer
tica e a consequente entrada dos pro
ra e Silva, o ano de 1992 foi um
marco no processo de automação co dutos importados no mercado brasi cados símbolos de modernidade e avan
ço. Surgiram máquinas mais sofisti
mercial no Brasil, uma vez que houve leiro, a partir de 1991, muitas empre cadas, como os PDVs, estranhas co
amadurecimento do empresariado na sas nacionais puderam adicionar a tec mo o scanner e até cômodas, como
cional do setor, com relação a inves nologia estrangeira à sua própria tec as impressoras de cheques, além do
timentos em informatização. “ Esse re nologia. Porém, o passo decisivo pa tempo no caixa diminuído entre 20 a
sultado - acrescentou - é muito posi ra a aproximação tecnológica do Bra 30%. Apesar disso, é com certa des
tivo, porque apesar da crise econômi sil com outros países, principalmente confiança que ele se deparou com as
ca afetar excessivamente quase todos no que se refere à área de automação práticas de utilização de códigos nos
os setores, o nosso segmento de mer comercial, foi dado no final de outu produtos, ao invés dos costumeiros
cado se manteve em evolução. O mais bro do ano passado. Na oportunida preços. A dúvida pairou no ar: o pre
importante a ser ressaltado é que a de, o governo deixou de controlar a ço estava correto ou havia sido alte
automação comercial começou a ser importação e a fabricação de bens de rado?
desmistificada pelo pequeno e médio informática e automação, entre eles Essa difícil transição para a mo
comércio’’. os PDVs (Ponto-de-Vendas), cujo in dernidade envolve não só apenas a
Ele lembrou que a automação sem gresso no País ainda era vetado. As introdução da tecnologia, mas, mui
pre era vista como recurso viável ape sim, encerraram-se, definitivamente, to além, exige que haja uma comuni
nas para grandes redes de lojas. Os as restrições para a importação. cação entre a gerência dos supermer
pequenos e médios empresários esta A maioria das empresas nacionais, cados e lojas para como seus consu
vam distantes dessa realidade, mas, como é o caso, por exemplo, da Itau- midores. “ Existe uma boa dose de
em 1992, o crescimento do número tec Informática S.A., diz não temer a desinformação sobre quais os benefí
de lojas com leitura óptica EAN se concorrência estrangeira. “ Conhece cios o consumidor estará obtendo de
deu em empresas de pequeno e médio mos bem o mercado externo, princi uma organização automatizada. Quan
portes. “ Dentro do quadro associati palmente o europeu, pois há alguns do ele perceber isso, passará a ser clien
vo da ABAC tivemos 370 indústrias, anos, exportamos nossos produtos pa te apenas das lojas que apresentam
também, de pequeno e médio portes ra Portugal” , explicou o diretor de essas inovações” , observou o gerente
que se associaram para codificar seus marketing, Marco Antonio Filippi. No de atendimento ao comércio da A.C.
produtos, comercializados nessas re entanto, a Itautec passou a importar, Nielsen, João Carlos Lazzarini.
des menores” , revelou o executivo. A desde 91, alguns equipamentos, co As estimativas de comercialização
ABAC teve um crescimento de 60% mo os scanners. “ Com o fim da re dos PDVs nacionais também são bas
no quadro associativo, em 92, em re serva de mercado, pudemos incorpo tante otimistas. “ A automação comer
lação a 1991. rar a tecnologia do Primeiro Mundo cial no Brasil está em desenvolvimen-