Page 27 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1987

Hélio Nahmen Kestelman, diretor sua longa vivência junto ao setor das pregadas principalmente fibras ópticas

técnico da Telerj, explicou para um telecomunicações. para efetuar entroncamento entre cen­

atento grupo de empresários na ACRJ, Citou, a propósito, as principais dire­ trais.

os planos de expansão desta empresa- trizes que visam modernizar tecnologi­ Na área de rede externa, as tendên­

pólo para os próximos anos. camente a empresa para o futuro. Na cias serão a de diminuir os componentes

Ele iniciou sua palestra relembrando área de comutação, após 1987, em ins­ na rede de assinantes; manter as locali­

alguns dados do Plano de Metas da Tele- talações acima de 4 mil terminais, a dades para RDSI (Rede Digital de Servi­

brás que partindo, em 85, de um pata­ Telerj contratará novas centrais apenas ços Integrados) e uma distância má­

mar de 9,4 milhões de terminais (6,34t/ do tipo CPA, entre elas a Trópico RA, xima de 3 km dos nós digitais (meta:

lOOhab.) prevê duas alternativas de desenvolvida pelo CPqD da Telebrás; 1995); e digitalizar toda transmissão

crescimento. Uma "otimista” com 11,4 após 1990 contratará expansões so­ até 1992.

milhões de terminais (equivalentes a mente em técnica CPA-T, totalmente Descongestionar, expandir, digitali­

uma densidade de 7,6t/100 hab.) para digitalizadas. Depois de 1998 serão em- zar, interiorizar e popularizar os servi­

1990 crescendo para 25 milhões (13,3t/ ços foram as principais prioridades para

lOOhab.) no ano 2000 e outra "conserva­ a Telerj enumeradas por Hélio Kestel­

dora” com 10,5 milhões de terminais man, ao lembrar que a principal fonte

(6,7t/100hab.) em 1990, alcançando o de obtenção de recursos da empresa é

País 17,5 milhões (37t/100hab.) na vira­ veicular tráfego com alta qualidade,

da do século. alem dos decorrentes do autofinancia­

Outro aspecto que ele enfocou foi o da mento da venda de terminais.

digitalização da rede que, segundo a A nossa prioridade absoluta é des­

Telebrás, será de 25%, em 1990, pas­ congestionar a rede (pelo aumento dos

sando a 67% no ano 2000, alcançando o orgaos comuns das centrais) visto que à

estágio da RDI — Rede Digital Integra­ cada novo terminal adicionado a uma

da (precursora da RDS1), no ano 2015. rede já congestionada acrescenta-se

Particularizando os dados para o mais um ofensor no sentido de diminuir

caso da Telerj, lembrou inicialmente o sua capacidade de gerar receita — justi­

executivo que dentre seus 1.054.000 ter­ ficou seu raciocínio Hélio Kestelman,

minais, uma parcela substancial de 250 concluindo num plano mais geral que:

mil ainda é do tipo rotativo (há cerca de — A dicotomia das estatais, como é o

meio século), o que faz prever, cedo ou caso da Telerj, é o de zelar pelos aspectos

tarde, sua substituição por equipamen­ sociais, por um lado, e por outro operar

tos mais modernos, o que deverá ser fei­ com a eficácia de uma empresa privada,

to porém sem contar com o aporte dos re­ a fim de garantir rentabilidade para

cursos do autofinanciamento. cuidar do social.

A seguir, ele chamou a atenção para

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as mudanças tecnológicas que estão ções, o conferencista mostrou a série
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sendo introduzidas, em massa, no pla­ histórica, entre 80 e 89, dos investimen­
nejamento e execução das redes de tele­ tos apresentados pela Telerj e que são:
comunicações, a começar pela ampla 1,2 (em 1980); 1,1 (81); 1,7 (82); 1,01
utilização de fibras ópticas e de moder­ (83); 0,8 (84); 0,95 (85); 1,3 (86); 3,3 (87);
nas técnicas digitais, passando pela in­ Hélio Kestelman, diretor técnico da Telerj.
trodução das centrais temporais de co­ 3,8 (88); e 3,38 (89), onde se pode verifi­

mutação — CPAs. Hoje, já se instalam car que houve uma queda do indice até

centrais de 10 mil terminais, em 2 me­ 1985, quando começa a ocorrer uma su­

ses, ao passo que seu equivalente eletro- TELERJ — Terminais Contratados bida baseada nos objetivos do Plano de
Metas da Telebrás, até 1989.
mecânico levava o triplo do tempo, de­

vido a dificuldades de manipulação e Traduzindo os investimentos em nú­

ajustes. Também uma central CPA pode meros de terminais contratados (vide

ser operada apenas por 3 técnicos, o que gráfico), comentou Kestelman que nos

já não sucede nas centrais convencio­ próximos três anos serão efetuados con­

nais, cuja ênfase maior é no hardware e tratações de quase 400 mil terminais,

não no software. bó em 87, estão previstas contratações

para 103 mil terminais CPA-T; 11,6 mil
— O problema do atendimento da de­

manda não será, todavia, apenas cir­ terminais Trópico; e 48 mil terminais

cunscrito à obtenção de material e de eletromecânicos, totalizando aproxima­

equipamentos necessários, mas sim e, damente 163 mil novos terminais.

principalmente, na disponibilidade de Temos sem dúvida pela frente um

recursos humanos, em quantidade e grande desafio a ser vencido, mas a

qualidade adequadas. Trata-se de um lelerj com sua experiência de longos

novo perfil cultural a ser perseguido e o anos está se reciclando para cumprir

plano de expansão projetado correrá o mais esta missão no sentido de prover

perigo de não se realizar, em tempo útil, mais telefones visando atender às ne­

caso não existam tais recursos disponí­ cessidades crescentes da população do

veis — advertiu o executivo, baseado em Estado do Rio de Janeiro — finalizou
rielio -Kestelman.