Page 32 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1986
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A ODISSEIA DO
DESENVOLVIMENTO
CPqD e Transmissão
A Terra, a luz e o espaço são o limite
Conjuntamente com outros, o pro pulsos e é adaptável para transmissão brás, percorrendo,a seguir, as etapas da
gram a da Transm issão Digital do via cabo, fibra óptica e rádio digital. fibra de "índice de grau” e de índice gra
CPqD, coordenado por Rufíno Dionísio dual (em 82). Em 85, deu seus primeiros
Carneiro, é um dos que concorre para Comunicações Ópticas passos rumo à fibra do tipo monomodo,
que seja atingida, no futuro, a RDSI bra já reproduzindo os padrões internacio
sileira, que está sendo definida, à nível Rufíno Carneiro disse que no progra nais de atenuação (0.4 a 0.7 dB/km na
de sistema, pela Telebrás. ma de comunicações ópticas foi alcan janela de 1.300 nm; 0.25 a 0.7 dB/km à
çado a nacionalização completa do ciclo 1550 nm). Na área dos materiais, foram
Multiplex e Rádio Digital tecnológico, incluindo dispositivos e investigadas as técnicas de deposição
equipamentos junto da cooperação de química de vapor (em 77), do puxa-
— Do ponto de vista de transmissão, diversas instituições brasileiras, como o mento de fibras (em 80), de caracteriza
a digitalização da rede distingue duas CPqD, a indústria e a universidade, em ção do quartzo natural brasileiro (em
fases. Uma delas, praticamente concluí pregados em suas vocações naturais. A 82). De pesquisa mais recente, em con
da, compreende o entroncamento ur seguir, ele explicou que o programa óp vênio com a Unicamp, são os estudos de
bano e metropolitano entre centrais tico se desenvolve ao longo de três fases. compressão de pulsos da refletometria
telefônicas, empregando MCP (multi A primeira, já concluída, se destinou a óptica no domínio do tempo e da produ
plex por código de pulsos) e a integração fornecer os meios necessários para efe ção de preformas de vidro, para extru-
regional através de MCP e Rádio Digi tuar o entroncamento óptico urbano e me sáo das fibras ópticas e que representam
tal, que teve seu protótipo finalizado em tropolitano. Isto ficou comprovado atra um dos últimos insumos importados
1980, no CPqD. A fase atual, envolve o vés de um enlace experimental de 3km, para a fabricação das fibras.
entroncamento digital a longa distân testado na área da Cotei—o ECO-I. Mas o CPqD não parou por aí. Para
cia, a digitalização da rede local de assi A fase atual, possui dois objetivos: complementar o uso da fibra foram
nantes e o processamento digital, a ní visa aumentar a capacidade da comuni ainda desenvolvidos equipamentos, tais
vel local — assim resumiu a situação cação urbana para iniciar os serviços de como o ELO-34 e o ELO-40 que são termi
atual Rufíno Carneiro, coordenador da nominados de banda larga e extender a nais ópticos destinados a operar respec
área de Transmissão Digital e Comuni distância útil entre repetidores, para tivamente a 34 e 140 Mbytes. Na área
cações Ópticas. uma faixa de 10 a 15 km. Quanto ao fu de dispositivos optoeletrónicos, o CPqD,
O parque industrial brasileiro (Elc- turo, prevê o técnico comunicações ópti em convênio com o laboratório de mi-
bra, NEC, ABC, Multitel, Equitel, Si- cas para longa distância da ordem de croscopia eletrônica da Unicamp, de
teltra, ASPT, dentre outras) já produz 100 km, e sem repetidores, e o surgi senvolveu o laser de Arseneto de Gálio
normalmente equipamentos MCP e mento de redes locais comutadas, mul- (Ga Al As, janela de 0,85 nm) a ser em
MDT na faixa de 2 a 34 Mbits, que são ti-serviços, de banda larga. pregado para distâncias até 12 km e o de
empregados no Sistema Brasileiro de A história das fibras ópticas no Bra Fosfeto dè índio (In Ga P, janela de 1,3
TCs. Por outro lado, a transmissão a 2 sil já é por todos conhecida. O projeto nm) para sistemas de longa distância.
Mbits, em linha metálica (cabo telefô nasceu em 75 no laboratório de física da Dentre as tecnologias desenvolvidas no
nico, via MCP-30, constitui uma reali Unicamp com financiamento da Tele- decorrer do processo, citam-se o cresci
dade, bem como o Rádio Digital RADI- mento epitaxial de elementos cristali
834, na faixa de 8 GHz, com capacidade nos, o laser de 3.8. Geração, os fotodete-
de transmissão a 34,4 Mbits (desenvol tores de Antinoneto de Gálio e Fosfeto
?
vido com a participação da Unicamp, de índio, e os dispositivos rápidos de Ar
USP e Cetuc). Outra versão do RADI, a seneto de Gálio.
234, opera na faixa de 2GHz e encontra- De acordo com Cláudio Violato, do
se em fase de testes na Telemig. CPqD, outros terminais da família ELO
Uma parte importante do processo deverão ser desenvolvidos, bem como di
digital é a do processamento de sinais visores, acopladores e multiplexadores
digitalizados. E o caso de codificação de ópticos. Ainda segundo o técnico, a ten
sinais de televisão, que permitirá obter dência a longo prazo para as comunica
imagens de movimento mais lento, mas ções ópticas é a de caminhar em direção
com menor faixa passante e a digitaliza ao usuário, algo que atualmente ainda
ção de sinais de voz (em velocidades até não se tornou enconomicamente viável.
64 Kbits) para o emprego, por exemplo,
em comunicações móveis e sigilosas. Ao Satélites
longo dessa linha, um equipamento de As atividades de desenvolvimento do
senvolvido no CPqD, denominado CPqD em relação às comunicações via
transcodificador de 2 Mbits, se destina a Francisco Smolka, da área de comunicações satélite são variadas e englobam as es
dobrar a capacidade original do trem de ópticas do CPqD. tações terrenas ERTV(recepção da TV»;