Page 41 - Telebrasil - Julho/Agosto 1982

ENLACE ÓPTICO ENTUSIASMA
PRESIDENTE DA TELEBRÁS
general José Antônio de Alencastro e
0 Silva, presidente da Telebrás, ao discur­
sar na solenidade que deu início aos testes de
campo do Enlace de Comunicações Ópticas
ECO-I, destacou a importância da primeira ins­
talação no gênero, no Hemisfério Sul, desen­
volvida, produzida e instalada pela inteligência
brasileira.
Disse ainda o presidente da Telebrás que "o
desenvolvimento tecnológico deve se consti­
tuir o principal objetivo a atingir para o Brasil se
tornar o grande país com que tanto sonha­
mos". Segundo J. Marsiaj, diretor do SBT, essa
inauguração "é fruto do trabalho conjunto do
CPqD, da Unicamp e das indústrias brasileiras
que atuam no setor de TCs.
Por sua vez, o presidente da Cetel, R. M. Fi-
gueiró, revelou que o entroncamento escoará
parte do tráfego entre as centrais telefônicas de
Jacarepaguá e Cidade de Deus, operando ini-
rialmente numa configuração do tipo principal
reserva, utilizando a mesma infra-estrutura de
dutos dos cabos convencionais.
A Cetel é uma empresa que se tem desta­
cado pelo seu pioneirismo tecnológico. Nela ti­
veram início sistemas envolvendo equipamen­
tos MCP em cabos plásticos, conectores para
emendas de cabos, luvas ventiladas, pressuri-
A RAZÃO DOS SISTEMAS ÓPTICOS
luz é um fenômeno ondulatório e da
A mesma natureza do que as ondas ele­
tromagnéticas de rádio ou de televisão e,
como tal, através de tecnologia apropriada,
pode ser modulada, transmitida e demo-
dulada, recuperando-se a informação.
Acresce que a luz, sendo uma forma de
energia de freqüência extremamente alta,
ou de comprimento de onda extremamente
curto, pode veicular uma quantidade muito
grande de informação - várias ordens de
grandeza superior, ao que seria possível
por exemplo através de um condutor de co­
bre para uso telefônico - e daí o seu extraor­
dinário desenvolvimento.
A forma de luz adequada para as TCs
ópticas denomina-se luz coerente ou esti­
mulada e é gerada por intermédio de dispo­
sitivos, tais como o diodo emissor ou o lei-
ser. A luz coerente de um leiser difere da
luz de uma lâmpada comum, no sentido de
que a energia luminosa se concentra em re­
giões bem determinadas, o que lhe dá um
alto grau de pureza e de identidade dentro
do aspecto eletromagnético.
Os sistemas ópticos
operam na faixa
(nanômetros), porém pesquisas estão
sendo feitas na região de 1.200nm, visando
Fibras ópticas
no estrangeiro
comunicação óptica estará agora ao al­
A cance de todos. A empresa norte-
americana H&P anuncia nos Estados Unidos
um "kit" para experimentadores com trans­
missor, receptor, conectores e 5 metros de fibra
óptica, por apenas US$ 27.50. Um volume de
informação de até 5 Mbauds poderá ser trans­
mitido por este conjunto.
Por outro lado, um enlace experimental óp­
tico de 102km, a 140 Mbps, sem repetidor, foi
anunciado pelos laboratórios estatais de pes­
quisa ingleses, utilizando fibra monomodo
operando a um comprimento de onda de 1.500
nanômetro. A atenuação total do sistema situa-
se em torno de 33 d Bs, já incluindo a perda de
11 conectores utilizados no percurso.
Já a Fujitsu Ltda. e a Western Electric discu­
tem junto ao FCC sobre o fornecimento de um
sistema de fibras ópticas, ligando Nova York,
Washington e Boston. Apesar de apresentar
preços menores, a empresa japonesa foi pre­
Gen. José Antonio de Alencastro e Silva, presidente terida numa concorrência aberta pela ATT, in­
da Telebrás vocando esta razão de segurança nacional, do­
mínio da tecnologia e reciprocidade na balança
zaçáo de cabos por ar seco, e a rrie r de assinan­ de pagamentos.
tes, microondas urbanas, linhas compartilha­
das e fibras ópticas com tecnologia estrangeira.
utilizar pontos do espectro em que a ate­
nuação nas fibras ópticas é mínima. A Tele­
brás vem desenvolvendo pesquisa em dis­
positivos optoeletrônicos desde 1979, o que
permitiu criar o ELO-34, que está sendo ob­
jeto de testes práticos.
Para transportar a luz, um dos meios é o
espaço e os raios leiser - à semelhança das
microondas podem transmitir informa­
ções. Devido, porém, a seu pequeno com­
primento de onda, qualquer obstáculo fí­
sico, mesmo pequeno - como uma gota de
chuva - atrapalha a transmissão do raio lu­
minoso.
Se conseguirmos, todavia, confinar o
raio luminoso dentro de um tubo, fica solu­
cionado o problema de sua transmissão -
muito pequeno e flexível - que configura o
raio de luz em seu interior, como se fosse
um tubo espelhado. A perda de luz no in­
terior da fibra, que é de um vidro extrema­
mente puro e transparente, é muito peque­
na e altos volumes de informação podem
ser propagados a grandes distâncias.
A fibra desenvolvida pelo CPqD apre­
mais usuais senta uma atenuação de 4 a 5 dB/km em 85
de 820 a 900nm nm, com uma banda passante de 400 mHz/
km e representa o início de uma nova gera­
ção com tecnologia nacional. (JCF) Emenda aberta do cabo de fibras ópticas