Page 74 - Telebrasil - Maio/Junho 1980
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Telemática
cessamento eletrônico de dados destinados nime da sua 2 /Turma, a chamada “ prova outros países, que para acompanhar oo
dc
ao atendimento de serviços relacionados fonográfica” em ação dc desquite. A prova “ enfrentar” os progressos da ciência <L
com a sua área de atuação ou com a área vinha sendo obtida c utilizada através de gra técnica estão promovendo modificações rn
pública. vações e interceptações clandestinas de tele leis em vigor, para assegurar a proteção da
fonemas. vida privada dos indivíduos
$. Os pedidos de importações das institui
ções de ensino superior deverão destinar-se, O primeiro caso que levou o STF a consi O direito à vida privada no mundo moderno
prioritariamente, para o desenvolvimento derar a conversa telefônica inviolável foi o foi recentemente analisado pelo jurista fran
1 das atividades de ensino, de pesquisas e aca de um processo procedente da cidade do Rio ccs Pierre Juvigny, que demonstrou nào ser
dêmicas. de Janeiro, onde o coronel Fernando Melo
ainda pacífica cm muitos tribunais de diver
de Carvalho Rocha, para produzir provas
I II. Estabelecer que a autorização, quando sos países a rejeição de provas ou informa
numa ação de desquite, gravou clandestma-
foro caso, para importação de equipamentos ções obtidas clandest mamente
mente longos diálogos telef ônicos mantidos
de processamento eletrônico de dados. fique
pela esposa
limitada às seguintes prioridades: Espionagem
1. Equipamentos destinados aos setores Para se apurar “ as verdadeiras causas dos
considerados prioritários, consoante o plano desentendimentos conjugais” , o militar gra O jurista francês observou os problema m
nacional.de desenvolvimento em vigor. vou os telefonemas que a esposa dava e rece vêm sendo criados pela utilização clandes
bia do amante, em Copacabana Ao exami tina dos meios modernos de espionagem em
2. Equipamentos destinados às empresas
nam processo, o Ministro Xavier de Albu diversos níveis:
federais, estaduais c municipais de proces
querque demonstrou a necessidade de refor
samento eletrônico dc dados que prestam “ O perigo é evidente quando a utilização &
mar uma decisão da Justiça carioca, onde o
serviços, preferencial mente, a órgãos e enti tais processos é feita por órgão do Euafo
militar tivera ganho dc causa, repelindo con
dades vinculados, respectivam ente, à que geralmente escapam aos controles paria-
sequentemente “ a prova fonográfica” .
União, aos Estados e municípios mentares, junsdicionais. administrativosou
3. Equipamentos destinados às atividades- Mais ameaçado de outra natureza, aos quais os scn\
públicos tradicionais estão normaImcnF
-fim das entidades privadas, sendo, no setor sujeitos.“
industrial, prioritários os equipamentos des Pela decisão, foi determinado “ o desentra-
tinados ao planejamento e controle da pro nhamento das fitas gravadas c de tudo com Demonstrou-se no estudo que a ^aracteri
ji dução. ela relacionado” , inclusive o diálogo datilo tica das diversas técnicas de espionageméa
grafado nos autos Segundo comentários clandestinidade. Também discutido* oi
4 Equipamentos destinados ao bureaux dc após a decisão, um dos direitos mais amea casos de teleobjetiva, da espionagem telefó
' serviços independentes, çados neste final de século é o da intimidade nica* bem como dos vidros polaróides e a/r-
Para o Ministro Xavier de Albuquerque, a ainda a possibilidade dc uso de elemenfi*
I 5. As instalações dc terminais inteligentes,
privacidade do indivíduo e da família pre mmiaturizados que permitiriam acompanhar
que evitem a instalação de equipamento de
cisa ser preservada; e até quem sabe comandar o comportamesto
processamento eletrónico de dados, de porte
j apreciável, e desde que o equipamento cen “ 0 que se conversa, o que se faz, o que se dc uma pessoa em todo moment), sen üv_-
trai seja de uso exclusivo da entidade reque comunica por correspondência ou por tele ela saiba.
j rente. fone, náo interessa a terceiros F da nossa No plano internacional, a utilização gcvõ
intimidade familiar, a qual ninguém pode meios pelos poderes públicos já suscitara
I 6 A importação de dispositivos ou periféri- invadir impunemcnte. Fm decisões desse
j cos de pequeno valor em relação ao \alor nível — observou — o STF vem garantindo série de problemas, Mas os pengus nio
global dos equipamentos a que serão agre ao longo de seus 150 anos os direitos indivi estão só na utilização de tais meios pek»
gados duais.” órgãos estatais, porque ja existe porto6
parte do mundo a espionagem privada pr
cada entre as sociedades concorrentes r*
I
i III D eterm inar que as solicitações dc Além dessa orientação do STF, passaram a
importação indeferidas não sejam objeto de tramitar no Congresso Nacional alguns pro planos com ercial e financeiro. Um do*
pedido de reconsideração". jetos. fixando pena de detenção de até um exemplos citados é o da gravação clandes
ano para quem violar, mediante processo tina das com ersas dos chefes de serviço jx
tecnológico, o direito à intimidade da vida presidente ou por um diretor
Ju ríd ico
privada Um desses projetos c o do senador Segundo recomendações das Naçôe*' ¦»*
“ biônico” Amaral Furlan (PDS-SP), pro das, “ os Estados devem estimular i . .*'• ~
I STF decide: conversa pondo alteração ao Codigo Penal em vigor ção de Código de Etica Jornalística qs*
incluam disposições relativas ao resçx
Recorda-se também que o governo do Presi
! telefônica é invi« »Mvel dente Figueiredo, diante das denúncias de vida privada do^ indivíduos* Dizerr
recomendações, num determinada *
escutas clandestinas em alguns telefones do
que “ independentemente de qualquer pKS*
Depois de uma série de decisões em defesa próprio Palácio do Planalto, prometeu; a
vel responsabilidade penal, umaresp*"*
I do “ sigilo da correspondência das comuni- consolidação da liberdade de pensamento e
bilidade civil de\cna incidir, juer - tr-
I cações telegráficas e ainda da residência dc expressão, a garantia da privacidade dos %
utilização de um dispositivo audito
1 como “ asilo inviolável do indivíduo” , onde cidadãos (informando que na França, o pre
visual para vigiar uma pessoa conci*
“ ninguém pode entrar sem consentimento sidente Giscard D Estamg, ao assum ir,
tais, que esta podem razoavelmente
do morador” , o Supremo Tribunal Federal mandou acabar com a escuta), a liberdade de
estar a salvo de ser vista ou cscutad- p'r ::
| acaba de incluir também as conversas telefô nào ter medo e o direito de não passar fome
ceiros não autorizados, quer sobre ao <- -
nicas como invioláveis.
De qualquer forma, a escuta ou o registro ção não autorizada da* tnfocmaçCx''
Acolhendo voto do Ministro Xav ier de Al clandestino de conversas continuam preocu obtidas” .
buquerque, o S TF repeliu, em decisão unã pando os legisladores, não só no Brasil, mas (Folha de São Paulo, 23 03 $0)