Page 46 - Telebrasil - Maio/Junho 1980
P. 46
A y i m p r e s s o r a s m a tr ic ia is
Dentre os dispositivos periféricos usados cm de um motor comum para tracionar a cabeça, tar a freqüencia de acionamento à velocidade
sistemas de processamento de dados, as im ficando a cargo do controlador ir disparando as da cabeça, de forma a obter a densidade deseja
pressoras são as que tiveram evolução mais agulhas nos instantes certos — caso em que to da de caracteres. É claro que neste caso quais
lenta e problemática. De fato. em comparação dos os caracteres de uma linha precisam estar quer pc turbações no movimento da cabeça (re
com os rápidos avanços verificados em compo armazenados antes que se inicie a impressão. sultantes, por exemplo, da aceleração inicial ou
nentes e circuitos eletrônicos, responsáveis Ainda neste caso, a impressora pode dispor de dc atritos variáveis nos trilhos que sustentam a
pela “ revolução” que ocorreu na área de pro um duplo buffer, dc modo a poder preencher cabeça), resultarão em distorções desagradá
cessamento de dados na última década, as um deles enquanto imprime o outro, o que evita veis na largura que os caracteres apresentam ao
impressoras têm ocupado um lugar à sombra — o tempo morto das impressoras de sim longo da linha. Um processo mais sofisticadoc
não é difícil reconhecer nas impressoras de hoje ples. que não podem simultaneamente receber o de detectar a posição real da cabeça, proce
os mesmos elementos básicos das máquinas de e imprimir dados. dendo-se ao disparo das agulhas em função
escrever desenvolvidas no século passado. desta informação. Para isso. a cabeça c acopla
Uma vez armazenados os caracteres e iniciado da a uma régua móvel, linear ou circular. Esta
Contudo, o problema de se obter uma cópia o movimento da cabeça, estes vão sendo retira régua é transparente com estrias opacas c passa
entre
permanente em papel, para consulta ou arqui dos um a um do b u f f e r,traduzidos para matri um emissor f LED) e um detector (foto-
vamento. dos dados processados, persiste cm zes de pontos, por meio dc uma tabela gravada transistor) de luz, montados dentro dc colima-
todos os tipos de sistemas. Em particular pe em memória permanente e as agulhas corretas dores que permitem uma resolução adequada a
quenos sistemas autônomos, do tipo composto são acionadas cm função dos dados obtidos esta aplicação. Do fototransistor obtém-se um
por um terminal inteligente c duas a quatro uni desta memória. Em impressoras simples c eco pulso para cada coluna de pontos, o que permi
dades de disco flexível necessitam de uma solu nômicas, o acionamento das agulhas é feito te acionar as agulhas nos pontos certos, mde
ção dc baixo custo, ainda que com sacrifícios sequencial mente, sem preocupação com a real pendentemente dc variações dc velocidade da
dc velocidade e qualidade de impressão, para posição da cabeça impressora. Procura-se ajus cabeça.
saída impressa dc dados. É nesta faixa de apli
cações que encontram lugar as impressoras
matriciais, objeto deste artigo.
ILUMINADOR
A idéia básica de uma impressora matricial é
muito simples. Os caracteres impressos são
r r r ^
formados por matrizes dc pontos (daí o nome), RfGUA ï
geralmenté 5 x 7 ou 7 x 9 pontos. Esses pontos
são impressos no papel por agulhas montadas
Nȟl tl r B
numa cabeça móvel e dispostas ver icalincnte
VJSIA f RONTAL D A fifÜ U A
A medida que a cabeça se desloca hoii/onlal- M NSOH
mente sobre o papel, as agulhas vão sendo pro
pelidas por elctrofniãs, marcando o pape! atra
ves dc uma fita dc impressão igual a da uma
máquina tle escrever comum. n m — T ¦
/ h 'U‘í t(H (/(¦ fU » V ÍÇ ílf J
E necessário um controlador bastante eornple-
xo para determinai os instantes exatos, ao lon A velocidade de mipiessao. evpressa em enrac tcrvalo este que causa deslocamentos contrá
go do percurso da cabeça impressora, em que ines p o r segundo, d a s i m p r e s s o r a s matriciais, rios nos dois sentidos dc deslocamento da cabe
devem ser acionados os elctroímãs para formar é limitada pela frequeneia de repetição n i a x i m a ça. C omo os tempos envolvidos são demasia
os pontos (ieralmente este controladoi e base de disparos cm qu.dquei d a s agulhas Procura damente curtos para que esta compensação se
ado em um microprocessador, que lambem cm sc, por i s s o , tornai o avanço e retração da agu processe sob controle dc microprocessador,
da das funções de interface com a unidade ecn lha (ao rápidos quanto possível, o que é obtido tornam-se necessários circuitos adicionais.
trai de processamento ou o terminal ao qual está pela elevação da energia de acionamento.
ligada a impressora. P o r e m , a u m e n t a n d o se a energia (isto é, cor- Final mente, sempre com o objçtivo de acelerar
rente e tensão aplicadas ao cletroím ãf cm a impressão, existem modelos de impressoras
O controlador armazena os caracteres recebi cada pulso, começamos a esbarrar em proble com duas cabeças, cujos percursos se comple
dos em uma memória auxiliar {buffer), de for m a s de dissipação de calor. Este é um dos mentam. Esta, porém, é uma solução que eleva
ma a cqualiz.ar as velocidades de recepção c de aspectos centrais no desenvolvimento de cabe o custo do equipamento a níveis próximos aos
impressão de caracteres. Muitas impressoras ças impressoras, que s ã o projetadas de forma a das impressoras de linha mais simples epossi
aguardam que uma linha completa tenha sido dissipar rapidamente o calor gerado pela rápida velmente tenderá a desaparecer com a introdu
recebida para só então pôr a cabeça cm movi sucessão de pulsos. ção dc impressoras de fita simplesereh-
mento — isto sc deve ao fato que. uma vez ini tivamente económicas.
ciado, o movimento da cabeça não pode ser Outra forma de ganhar tempo de impressão c
detido ou retardado à espera da chegada de utilizar os percursos dc ida e volta da cabeça As velocidades disponíveis cm impressoras
novos caracteres. (impressão bidirecional). Esta solução, além matriciais começam em cerca dc 30 caractere-
do evidente aumento dc complexidade do con por segundo (é o caso de muitos terminais
Outras impressoras usam um motor de passo trolador, tem o problema adicional de garantir impressores) c chegarn a 200 caracteres por se
(steppirift motor)para movimentar a cabeça, o gundo. Os fabricantes geral mente especificam
o alinhamento entre as linhas impressas na ida e
que permite detc-la em qualquer posição da na volta, já que mesmo minúsculas diferenças a velocidade instantânea de impressão. nu>
linha e imprimir os caracteres à medida que causariam efeitos visuais desagradáveis. Para vários outros fatores devem ser levados
chegam. Esta característica é necessária cm ter isto, é necessário usar sensores ópticos de posi conta pelo usuário para avaliar o desempeniv
minais impressores (caso contrário o operador ção com os já descritos e compensar o intervalo da impressora em uma dada aplicação:
não podería ver os caracteres à medida que os de tempo que necessariamente decorre entre a
fosse digitando). Entretanto, em impressoras recepção dc um pulso do sensor c o instante em — sc a velocidade instantânea máxima pode 9tf
para saída de dados, a solução mais adotada c a que efetivamente a agulha atinge o papel — in- mantida indefinidamente com linhas cheunde