Page 69 - Telebrasil - Julho/Agosto 1980

1967. com o conceito de rede de computa­
dores. Isto foi feito através da rede ARPA do
•'Advanced Reseach Projects Agency” do De­
partamento de Defesa dos EUA. Esta rede ini­
cialmente exigia que os terminais fossem liga­
dos a ela através do computador do usuário,
istoé. não havia a interface que possibilitava o
empacotamento dos dados. Posteriormente foi
introduzido o TIP-Tcrminal Interface Proces­
sos que realizava esta função, mas, desta feita,
associada ao nó de comutação.
A rede ARPA, a primeira rede de comutação de
pacotes a funcionar em larga escala, permitiu o
acúmulo de experiência que levou ao desenvol­
vimento de redes públicas cm diversos países.
Em particular, a rede ARPA permitiu a experi­
ência inicial que levaria ao desenvolvimento de
protocolos a serem utilizados nas novas redes.
Deacordócom o Quadro 1 sobre a evolução da
Rede de Comutação de Pacotes, cm 1973 o gru­
po de estudos VII do CCITT iniciou suas ativi­
dades com vista a uma padronização dos parâ­
metros básicos das redes de comunicação de
dados. A partir deste ponto o desenvolvimento
das Redes Públicas de Comutação de Pacotes
foi rápido. Uma primeira rede começou a fun­
cionar na Espanha. A Rede TELENET come­
çou a operar nos EUA em 1975 baseada na ex­
periência da Rede ARPA. O correio britânico
estabeleceu um sistema experimental por co­
mutação de pacotes, que posteriormente pas­
sou a operar com o padrão X.25 do CCITT.
Várias outras redes iniciaram operação após
1975. como DATAPAC no Canadá, TRANS-
PAC na França com uma tarifa independente da
distância. ACS c TYMNET nos EUA. EURO-
NET na Europa e D-50 no Japão.
0 Brasil entrou na era moderna da comunica­
ção de dados com o anúncio no dia 5 de maio de
1980 da Rede TRANSDATA. que oferecerá
um serviço ponto a ponto não comutado de alta
qualidade. Em 1982 daremos um novo passo
Histórico da Evolução de Redes de Com utação de Pacotes e Recomendações
1970
1973
1975
J976
Aprovadas as recomendações X.3, X.28 e X.29 (CCITT)
1977
Anúncio preliminar da rede D.50 (Japão)
1978
1979
iniciando a operação da primeira rede brasileira
de comunicação de dados por comutação de pa­
cotes.
4. A técnica de comutação de pacotes
A técnica de comutação de pacotes consiste cm
dividir a seqüuência de dados em segmentos de
tamanhos padronizados, acompanhados de in­
formações dc serviço, de maneira a permitir o
seu encaminhamento através da rede até o seu
destino. Cada conjunto, constituído por este
segmento de dados com as informações de ser­
viço c denominado pacote.
Quando os pacotes chegam ao seu destino são
retiradas as informações de serviço e a mensa­
REDC IEI.EFÔ
N IC A O U U U -X
Figura 2 - Rede de comunicação de dados por comutação de pacotes
Q uadro 1
CCITT
Atividades
Rede Arpa (EUA)
Início das atividades do Study Group VII do CCITT.
“ Novas Redes de Comunicação de Dados”
Rede Telenet (EUA)
Aprovada a recomendação X.25 (CCITT)
Rede Datapac (Canadá)
Aprovada a recomendação X.75 (CCITT)
Rede Euronet (Europa)
Rede Transpac (França)
Rede ACS (EUA)
Rede DC.50 (Japão)
gem original é reconstituída automaticamente.
Pacotes provenientes de diversos usuários po­
dem ser intercalados dentro da rede, com consi­
derável aumento do rendimento dos meios de
comunicação (figura 2).
A diferença essencial entre a comutação de
•mensagens c de pacotes não é a divisão da se­
qüuência de dados cm pacotes, o que é feito em
muitas redes de comutação de mensagens, mas
sim no serviço oferecido ao usuário. Uma rede
de comutação dc pacotes deverá introduzir um
atraso na transmissão de um pacote tal que per­
mita uma operação interativa ao usuário. O
valor deste atraso está na faixa de 2(X) a 300 ms
nas redes existentes.
T E R M I N A L A p a c o t e s COMPUTADOR
m m
CIRCUITOS
DE FRASMISSAO
/
y
/
T E R M I N A L B
\ GD
T E R M I N A L C
COMPUTADOR C
O princípio mais utilizado nas redes públicas de
comutação de pacotes é o do circuito virtual,
que consiste no estabelecimento de uma liga­
ção lógica entre dois usuários, que permite a
transmissão de dados nos dois sentidos simulta­
neamente, sem restrição de tamanho ou de na­
tureza, com um alto grau de segurança, conser­
vando a ordem dos pacotes.
A capacidade de uma Rede de Comutação de
Pacotes depende basicamente dc capacidade de
processamento e não do número de circuitos fí­
sicos. Isto decorre do fato de não haver interco-
nexão física permanente entre dois usuários em
uma chamada, mas sim uma ligação lógica
através da rede.
Assim, quando é realizada uma chamada, esta
é processada através de um dos circuitos vir­
tuais disponíveis na rede. Todos os pacotes
transmitidos nesta chamada são identificados
pelo número deste circuito virtual.
Desta forma, em um único circuito físico po­
dem transitar pacotes correspondentes a di-
.ferentes circuitos lógicos, isto é, pertencentes a
chamadas diferentes.