Page 4 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1979
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Marcos Antônio de Sou^
Chefe da Seção de Kngenharia da Standard KJectrka,
onde ingressou em 1968. F.speciali/oii-se em ( ornuigçty,
Telefônica na França em 1971. Prhlessor do ( enin(
Federal de F.ducaçáo Fécno lógica íex-KIKMi
Instituto Militar de F.ngenharia (IMF» e Pl ( entcurvi»
de extensão: ( oordenador e Professor das tatuldiifo
Integradas Es tá cio de Sá na área de lelecomumia^
ex-Professor da Veiga de Almeida (1976). Membro tí».
C onselho de Redação da Revista IH KBHAM!
Karl Uatiff
F.ngenheiro Eletricista pela F.scola Nacional d»
Engenharia (1962). Ingressou na Standard FJecIricatr
1963, ocupando atualmente o cargo de Diretor
Executivo de F.ngenharia e Desenvolvimento. In
cursos na Fjjropa e Flstados Lnidos nas areascV
Telecomunicações, Computação, Administração»
hconomi.
1. Introdução nológica, a mudança tem que ser tem
da.
Relendo o “ Dicionário Antiloroteiro”
de Pitigrilli nos deparamos com a se De início, talvez, desordenadamente,;
guinte fábula: mas pouco a pouco, os novos elemen j
tos serão conhecidos e estarão sob con*
“ Saindo a passear, duas ràs caíram trole, e então, estará formada a “bola
num recipiente cheio de leite. Após de manteiga” salvadora.
várias tentativas para sair de lá, uma
delas disse: Propòe-se neste artigo a análise de al
guns parâmetros que, reunidos, for
— As paredes sâo muito lisas; têm uma mam a base de um modelo eco
inclinação de quarenta graus. A força
nométrico de previsão, podendo vira
de propulsão das minhas patas forma
se transformar em instrumento de deci
um paralelogramo no qual A mais B,
são.
multiplicado por C... dividido depois o
produto pelo logaritmo de ... sem con Na primeira parte será apresentada a
tar que Arquimedes disse: ‘Dós rnoi pit “ Ante uma situação desconhecida, ba conceituaçào de ciclo de vida dos equi
seamos nossa decisão fundamentada
stò kai knò ten ghen\ E o ponto de pamentos de comutação telefônica,
em princípios, leis e métodos conheci
apoio, nesta matéria fluida, nós não o tendência de custos e a evidência de
dos. No entanto, a existência de um ou
temos... que vivemos em uma época de tran
mais elementos desconhecidos pode
siçào tecnológica.
Como a companheira não parecia mui tornar todo o raciocínio falso e o resul-
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to convencida, a rã puxou a régua de tado desastroso” . Na segunda parte serão abordados al
calcular e executou operações compli guns aspectos da necessidade de intro
No setor de Telecomunicações mal es
cadíssimas, demonstrando assim que dução, no Brasil, da nova geração de
tamos terminando de formar uma ge
toda tentativa de sair da entalada esta sistemas avançados de comutação,
ração de especialistas em uma determi
ria condenada matematicamente ao com Controle por Programas Armaze
nada tecnologia dc comutação telefôni
fracasso. nados (CPA), e dos riscos decorrente*
ca, e nos vemos na mesma situação das
de um atraso na decisão do Ministério
Guardou, pois, a régua no bolso e, duas rãs da fábula. Ficar ou pular fora.
das Comunicações.
com a passividade de estóico, prepa
rou-se para morrer. A outra rã não es Não há dúvida de que de Crossbar
Na parte final conclui-se pela necessi
cutara as explicações científicas c eru entendemos, e bem. Sabemos planejar,
dade de incentivar a continuidade de
ditas, mas entregava-se aos movimen projetar, fabricar e operar. Na fabri
evolução tecnológica pela introdução
tos mais absurdos, mais irracionais, cação, temos atingido índices de até
de parte dos elementos da no\a ge
violando tudo o que estabeleceram a 97% de nacionalização.
% ração na anterior, aumentando-se a ti
matemática, a física, a mecânica. A
da técnica da geração Crossbar qoe
força dc saltos desordenados, sentiu o Do outro lado, no entanto, temos a
ainda servirá ao Brasil nas próximas
leite ir engrossando sob suas patas e en tecnologia eletrônica com centrais décadas, convivendo com a nova
controu apoio numa bola de manteiga, CPA espaciais e temporais.
raçao.
donde não lhe custou armar um pulo” .
Nada resolve puxarmos do bolso uma 2. A hora do pulo
Pitigrilli concluiu que a primeira rã era régua de cálculo e tentar provar que
macho e a segunda fêmea. Não é inten- não há como sairmos de uma tecnolo A apresentação a seguir se fundamenta j
%
çào entrar no mérito de tal questão, gia para outra, deixando-nos ficar es em trabalhos recentes (1 e 2), apresen
i ( International Switching
mas o dc destacar um importante toicamente no eletromecânico. Por tados no
princípio evidenciado pela fábula. uma questão de sobrevivência tec- Symposium” , realizado em Paris.